Matheus Sadde
Quando o eu conhece a sua dor, o que lhe falta é o perdão. Por dias e noites o eu remói a culpa pelo seu egoísmo. Quando o eu já não é mais nada além de dor, o que lhe resta é a solidão. No amontoado dos tolos sentimentos do passado, o eu se chama altruísmo. Quem só é solidão só vive acorrentado ao fingimento. Pois só sobrevive à dor do eu quem conhece a empatia. Mas não há o outro! Apenas o eu e o seu arrependimento. No dilacerar do só e do nada, o eu se encontra em desarmonia. Deserto está! Efetivamente seco o eu se encharca de sua própria dor. Cheio de si! Entorpecido de eu o eu se lança à melancolia. Não há cura, e nem mesmo medicação, pra aqueles que sofrem de falta de amor. É aqui que o eu já é todo agonia. Se asfixia! Nada mais vive! Nem mesmo a fantasia Pois bem amado poeta, urgentemente, refaça a poesia!